quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Os Meios e o Fim.


     Quando um namoro começa cria muitas expectativas, faz muitos sonhos serem criados e planos serem feitos. Acontece que muitas vezes esses sonhos não se materializam e as expectativas são frustradas, mas isso não precisa necessariamente ser uma experiência traumática. Existe uma frase que diz "O objetivo de todo namoro é terminar, terminar para que cada um siga seu caminho ou terminar para dar origem a um casamento", ficar namorando para sempre não rola.
       O objetivo do namoro é dar ao casal a chance de se conhecer melhor e dessa forma saber se são compatíveis para viver um matrimônio, ou não, e esse "ou não" significa que nem sempre vai dar certo. Haverá diferenças que não poderão se unir, e é ótimo poder descobrir isso antes de tomar a bênção definitiva de um sacerdote, pois descobrir que se casou com uma pessoa com quem não conseguirá conviver é no mínimo uma situação incômoda.
     Assim, analisando alguns relacionamentos que eu já vi terminarem ou no mínimo terem muitos problemas, posso dizer que os principais motivos de separação são:
     
Ciúmes

       O ciúme é um sentimento que está diretamente ligado a idéia de posse, afinal, as pessoas só o sentem em relação aquilo sobre o que imaginam ter algum tipo de direito. Sejam objetos, parentes, amigos ou o namorado.
     O ciúme pode ser resumido como o medo de perder algo/alguém que tem importância para si ou ver esse algo/alguém perder parte ou todo seu valor por comportamentos ou atitudes reprováveis. Um exemplo disso é o da namorada que impede o namorado de sair com os amigos, não por desconfiar dele, mas por achar que os amigos podem influenciá-lo negativamente e deixá-lo em uma má situação. Ou o namorado que impede a namorada de sair com determinado tipo de roupa, não por ela, mas sim pelos outros que irão julgá-la e/ou cobiçá-la de uma forma abaixo da que ele sabe que ela merece.     
     Um problema nessa situação é que na maior parte das vezes o namorado não é um mero pau-mandado que faz tudo o que os amigos querem, então se ele quiser fazer algo, fará com ou sem os amigos. Ele pode apenas querer passar um tempo com seus semelhantes, assim como as meninas também gostam. E as meninas podem usar determinado tipo de roupa por se sentirem bem e ignorar o que os outros irão pensar ou dizer.
     O zelo pelo outro é importante, dicas podem ser dadas obviamente, mas querer controlar o vestuário, círculo de amizade ou tempo com os amigos foge aos direitos dos namorados. Opinar sim, mandar não. Se não existe confiança no namoro não existirá no casamento e um casamento que não tem confiança e respeito pela individualidade do outro não pode ser feliz.

Infidelidade

     Um dia vi uma amiga postar em uma rede social a frase: "Nunca confie em alguém que faz regime, quem consegue fazer isso pode fazer qualquer coisa". Depois de pensar um pouco, discordei completamente daquela afirmação, pois, na minha opinião, um homem que não sabe dizer não a um pudim, não saberá dizer não a uma periguete, esse sim é digno de desconfiança.
     A fidelidade precisa ser praticada nas pequenas coisas, como diz o livro de São Lucas, Capítulo 16:10: "Aquele que é fiel nas coisas pequenas será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, sê-lo-á também nas grandes".
     Diferentes tipos de casais podem ter diferentes tipos de definição daquilo que é uma traição, o fato é que quando ela acontece compromete a confiança e deixa uma marca eterna na relação, pois não será esquecida, mesmo que aja o perdão. Uma mentira, uma omissão ou o próprio ato físico, começam com um pensamento. Então é preciso começar de lá sua polidez e aprender a se colocar no lugar do outro. Sem uma fidelidade completa, o namoro levará a um casamento cheio de buracos afetivos.

Brigas Frequentes e Mal Resolvidas

       Certas vezes não é preciso muito, uma brincadeira tida como boba por uma das partes é entendida como ofensa grave pela outra parte e começa a briga. Em outras vezes é mais complexo e as brigas envolvem conceitos ideológicos e morais, discordâncias sobre questões familiares ou profundamente pessoais. Seja como for, brigar é ruim, mas não pelo ato em si. Brigar nos dá a chance de repensarmos nossas opiniões e atitudes, dá a chance de buscarmos a compreensão sobre o outro e sobre nós mesmos, brigar é simplesmente entrar em atrito com o outro, a forma como se dá com isso é que faz a diferença.     
     Não se pode  deixar que uma discordância ou deslize pareça maior que tudo que um casal já viveu junto. Obviamente um casal que briga com muita freqüência tem um problema, só que, mais importante que seus problemas, é o que é feito com ele. Depois de uma briga, cada um vai para o seu canto, reflete, volta mais calmo, conversa sobre o que aconteceu, encontra uma solução e põe em prática? Ou vocês caem no choro para deixar o outro com pena, fazem as pazes na hora, dizem que esqueceram, mas jogam a situação na cara do outro na primeira oportunidade? Isso é o que vai definir que tipo de casamento vocês terão, isso dirá se vale apena insistir.

Desinteresse

      Esse normalmente ocorre com casais que já estão juntos há algum tempo, na maior parte das vezes são anos. O que acontece é que depois de meses de declarações, presentes, poesias e canções você (inconscientemente) acaba achando que conquistou a pessoa, que ela já é sua e não tem mais volta. Um erro tremendo de nossa parte. Tanto os homens como as mulheres precisam ser constantemente conquistados e não precisa de nada muito complicado para isso.
    Uma ligação pra dizer que tem saudades, um bombom pra dizer que se lembrou da pessoa enquanto comia, uma cartinha fora da data do aniversário de namoro, só pra lembrar que o amor continua crescendo, uma saída diferente de vez em quanto faz bem, não precisa ser algo caro, só algo que lhes dê a oportunidade de estarem ligados. É isso o que mantém o namoro vivo, e é isso que manterá o casamento vivo. Então se você planeja passar a vida ao lado de alguém, é bom manter esse alguém interessado.

Pressão excessiva

     Namoro é compromisso? Sim. Namoro envolve responsabilidade? Sim. Mas não é emprego, então é preciso ter prudência. Existem relacionamentos que se findam precocemente por falta de compreensão sobre as limitações do outro. As circunstâncias da vida dele podem impedi-lo de te ligar todo dia, ir na sua casa frequentemente ou de te dar o presente que você tanto quer, mas não são esses os compromissos firmados no namoro.     
     O compromisso aqui é o da sinceridade, da honestidade, respeito e carinho. Um namoro no qual as duas partes se comprometam a dar isso um ao outro e consigam cumprir, mesmo com suas limitações, caminhará para um casamento feliz sem que sejam necessárias pressões externas, pois o desejo surgirá naturalmente no coração de ambas as partes. Mas quando existem pressões desproporcionais, a probabilidade de um rompimento é grande. Como está escrito no livro de Amós 3:3 "Porventura caminharão dois juntos se não tiverem chegado previamente a um acordo?". É preciso que os dois se compreendam e mesmo que queiram que o outro melhore, saibam respeitar o seu tempo.

Falta de comunicação

     A maior vilã da sociedade como um todo, ela é uma destruidora de lares e pode destruir o seu antes mesmo que ele exista, então não deixe que ela se aloje nas desconfianças do ciúme, crie suspeitas infundadas sobre infidelidade, esteja presente em cada briga e acabe gerando uma pressão que vem antes do interesse pelo outro.
     Se durante seu primeiro ano de namoro você não beijar nenhuma vez (e isso não é uma dica), mas conseguir conversar todos os dias ao menos por duas horas, você vai alcançar um nível de intimidade muito maior que o de casais que se encontram todo dia pra se beijar e depois se despedem.
     Conhecer os interesses do outro, seus planos, seus sonhos, medos e traumas, te dá a oportunidade de compará-los aos seus e saber se essa união será igualitária. Se o namorado planeja ser missionário na Amazônia e a namorada quer ter um salão de beleza em Copacabana, alguém vai sair no prejuízo, e se ela planeja fazer um puxadinho na casa dos pais pra não pagar aluguel e ele planeja fazer um pós-doutorado em Milão esse casal tem muito que conversar pra saber se realmente alguém está disposto a abrir mão de seus projetos.

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     Existe um tempo para tudo. "Há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu" (Eclesiastes 3:1).  Temos um Deus perfeito que sabe do que precisamos, antes que nós mesmos saibamos. A pessoa com quem você está pode não ser aquela com quem você começará uma família, aliás, pode ser que nem sequer seja essa sua vocação, mas Deus tem um plano para esse namoro, ele tem um objetivo na sua vida, então tire o máximo de proveito do tempo que puder passar com essa pessoa, deixe que ela faça parte da sua vida, e no momento certo Deus te mostrará se ela será uma presença ou uma lembrança. Essa é apenas a Minha Humilde Opinião.

Ass: Bruno Santos

Um comentário:

  1. Acho que ninguém começa um namoro com o intuito de terminar. Acredito eu que as pessoas tenham um propósito ao iniciar um relacionamento, apesar de vermos que hoje em dia é muito fácil dispensar a pessoa ''amada'' na primeira dificuldade. Concordo quando você diz que a falta de comunicação é uma grande vilã! Sem dúvidas, um casal que não dialoga (sobre tudo mesmo) está sujeito a desconfianças e desavenças, como você colocou. Muitas vezes coisas pequenas se tornam grandiosas e causam transtornos por falta de uma simples conversa. Assim as coisas vão se amontoando até chegar o momento em que já não se consegue prosseguir e um, ou ambos, decide terminar. Porém, nada assegura que um casal que mantenha uma boa comunicação não esteja sujeito a terminar. O relacionamento irá vingar se realmente tiver que ser assim, Deus tem propósitos maiores que os nossos. ''(..) no momento certo Deus te mostrará se ela será uma presença ou uma lembrança''. O importante é viver o momento da melhor maneira possível, para crescer (fazendo o outro crescer também) e acumular coisas positivas, não mágoas e arrependimentos.

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