terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Papel de Foto

      Desde o tempo das cavernas o homem buscava compartilhar, através de imagens, os eventos de seu cotidiano. Para isso, utilizava as pinturas rupestres: desenhos nas paredes das cavernas que representavam cenas de sua caçada, sua família, o lugar onde viviam e por aí vai.
   Com o advento da cartografia, da escrita descritiva e das artes, o homem buscou dar continuidade a esse processo de preservação da memória. Todo conhecimento deveria ser documentado e compartilhado, ou quase todo. 
     Hoje, vivemos a era da informação. Parece ser possível descobrir qualquer coisa com a palavra-chave certa. Já não se é possível atravessar uma rua de um centro urbano com a ilusão de ter sido ignorado pelas câmeras.
    Nesse contexto, parece que tudo que existe já foi filmado ou fotografado. Células, micróbios, animais, vegetais, obras arquitetônicas, peças de arte, cidades, continentes, planetas, galáxias, estrelas. O que falta? Provavelmente não saberemos até encontrarmos. 
     A questão é que, ao contrário da época de seu lançamento, há 176 anos, hoje a fotografia é de fácil acesso através dos celulares, que quase todos possuem.
    O álbum fotográfico que era um tesouro familiar, uma herança a ser passada para as próximas gerações, se converteu em uma pilha de CD's, pen drives e senhas de Redes Sociais onde se encontram os álbuns virtuais. Sendo este último o local onde pessoas expõem sua intimidade em fotos que mostram cada movimento realizado ao longo do dia.
    Existe quem comece com a foto de uma refeição, fotografe cada espaço de um passeio no qual foi possível tirar uma selfie e termine no banheiro, fazendo sabe-se lá o que, para vender uma ideia ao seu “público”.
     Nas redes sociais, todos são marqueteiros de sí mesmos, tentando se promover como produtos. Alguns têm arriscado suas vidas tirando fotos em lugares perigosos em busca da "Selfie Perfeita", outros têm oferecido a sequestradores um roteiro detalhado de seus passos.
    Tirar fotos pode ser um hobby, pode ser uma distração, pode até ser uma profissão, mas não pode ser o único motivo do seu sorriso. 
     As pessoas são como icebergs: aquilo que é visto não passa de uma parcela do que elas são realmente. Viver para  manter aparências rouba sua essência, o que pode acarretar uma depressão profunda. Dividir nossas vitórias, momentos divertidos, opiniões, lembranças pode ser saudável, mas se for feito na medida certa.
   Tire fotos com as pessoas que você ama, não para enfeitar seu feed, mas para enfeitar sua casa. Sorria, não para parecer feliz nas fotos, mas para extravasar esse sentimento que não deve ser contido. 
     Saia, viaje, se divirta tanto, mais tanto, a ponto de nem sequer lembrar que existe algo parecido com uma câmera fotográfica, muito menos internet. 
     Assim, você saberá que seu dia valeu a pena. Mas, essa é apenas a Minha Humilde Opinião.


Ass: Bruno Santos

Eclesiastes 1,14. "Vi tudo o que se faz debaixo do sol, e eis: tudo vaidade, e vento que passa."

Fontes:

Texto do parceiro Alex Olyveira


História da fotografia.      


Fotos históricas inusitadas.


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Não é Problema Meu

     Todos os dias nos deparamos com situações que exigem uma intervenção, mas, por muitas vezes, acreditamos que essa interferência não seja nosso encargo e sim de outro:

     -A luz daquela sala que ninguém está usando está acesa. Mas não fui eu quem ascendi.

     -Essa mesa está suja. Eu odeio trabalhar na sujeira, mas esse trabalho não é meu.

     -Aquela senhora não vai conseguir atravessar a rua sozinha, alguém deveria ajudá-la.

     -Aquela criança está com cara de perdida, tomara que alguém ajude.

     -Aquele cara vai matar a esposa de tanta pancada, mas em briga de marido e mulher não se mete a colher.

     -O pai daquele meu amigo está no boteco de novo. Coitadinho dele, vai ter que vir buscar o pai bebúm no meio da madrugada.

     -Aquele garoto que era da igreja está andando com uns garotos do tráfico no colégio, tomara que alguém converse com ele.

     Todos nós somos responsáveis, não apenas por nossos atos, mas também por nossas omissões. Existe uma frase popular na internet que diz "Existem dois tipos de pessoas más, as que fazem maldades e as que não agem para evitá-las".
     Quando Caim foi questionado por Deus sobre o paradeiro de seu irmão ele respondeu "Serei eu o seu guarda?", como quem pergunta, "Eu sou o babá dele?". Acontece que Caim já havia matado seu irmão e sabia muito bem onde ele estava.
     E você, por que se priva de zelar pelo seu irmão? Você já o matou em seu coração? Você sabe o que ele tem feito? O que te impede de lhe estender a mão? Será a inveja como no caso de Caim? Ou será vergonha por cometer erros tão graves ou até maiores que os dele? Será que você realmente está tão acomodado ou se acha tão melhor que ele que acredita que ele não mereça uma chance?
     Diversas situações cotidianas nos levam a realização de testes, de paciência, persistência, humildade, de fé. Testes que nos fortalecem ou nos destroem, de acordo com nosso preparo. Nós, obviamente, não estamos prontos para todos os desafio, mas podemos encontrar as respostas se buscarmos no lugar certo.

Gálatas, 6, 1-3
"Irmãos, se alguém for surpreendido numa falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o em espírito de mansidão. E tem cuidado de ti mesmo, para que não caias também em tentação! Ajudai-vos uns aos outros a carregar os vossos fardos, e deste modo cumprireis a lei de Cristo. Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo."

     Que possamos saber estender nossos braços aos nossos irmãos e mostrar a caridade cristã que nos foi ensinada.Que saibamos tomar uma atitude e sair da nossa área de conforto para ir até a necessidade dos outros.

Ass: Bruno Santos

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domingo, 3 de janeiro de 2016

Corrida de Obstáculos

     Essa semana estava com minha namorada na fila de um desses quiosques de redes de fastfood que vendem sorvetes. Em nossa frente, estava uma idosa com seu neto que queria um sunday. Ao que me parece a senhora queria satisfazer a vontade do neto, mas não sabia como se chamava ou quanto custava o que ele queria.
     Bem, como o nome diz, fastfood vende "comida rápida", então, os funcionários são treinados para atender com presteza e eficiência. Já no que se refere à simpatia, o comportamento desses jovens me deixou na dúvida sobre a política da rede. Ver três jovens fazendo caretas, revirando os olhos e apressando uma idosa não são imagens que ajudem a abrir meu apetite.
     Nesta mesma semana, ao ir, desta vez com uma jovem cadeirante, até uma filial dessa rede no Centro do Rio e perceber que só haviam mesas no segundo andar, onde só era possível chegar após subir dois lances de escada, notei que havia algo de errado.
     Se já não bastassem as ruas esburacadas, cheias de ondulações e paralelepípedos, a ausência de rampas, ou inadequação das existentes, a falta de espaços e mobiliários adaptados, ainda é preciso que essas pessoas, tanto idosas quanto deficientes, convivam com a incompreensão e o preconceito. Todos nós temos uma velhice nos aguardando no futuro, alguns podem ter cadeiras de rodas ou muletas antes disso, sejam temporárias ou permanentes. O fato é que precisamos aprender a olhar para essas pessoas com o respeito que elas merecem.
     Um idoso tem sua velocidade, raciocínio e resistência comprometidos, isso não é uma novidade! Se alguém não possui capacidade para enchergar isso precisa de mediação. Entretanto, assim como as pessoas com deficiência, os idosos precisam ter preservado seu direito de ir e vir. Parece que todas as dificuldades que essas pessoas já tem não são suficientes e por isso as ruas precisam parecer um circuito com obstáculos. Eu me arriscaria a dizer que eles são indesejáveis e por isso deixam as ruas assim para desencorajá-los a sair.
     Estamos prestes a receber as paraolimpíadas em nosso Estado que já tem a educação, saúde e segurança sucateados, ainda por cima teremos que baixar a cabeça e ouvir calados as reclamações dos atletas paraolimpicos que não vão conseguir sequer dar uma volta no quarteirão sem sofrer um acidente. Cadê os milhões investidos no "padrão FIFA"? Aquele dinheiro todo foi só pra construir estádio mesmo?
     Estamos entrando em um novo ano, é um tempo adequado para se tomar uma nova atitude. Que possamos nos preocupar menos com a implantação da ideologia de gênero nas escolas e mais com inclusão de cadeirantes, surdos e mudos. Que possamos compreender que um idoso não é alguém sem utilidade social, mas sim um poço de sabedoria que deve ser admirado e respeitado, mas essa é apenas a Minha Humilde Opinião.

Ass: Bruno Santos.

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