Venho através deste artigo,
expressar algumas opiniões sobre um problema que assola nosso país. A princípio
deixo claro que não tenho ligação com nenhum partido ou movimento político,
sendo eu um mero cidadão, um jovem nascido em São Gonçalo e criado em Niterói,
ambas cidades do Estado do Rio de Janeiro, do qual não pretendo sair apesar da
crescente onda de violência que vem massacrando a região. Minha motivação para esta
carta veio da reflexão sobre um fato curioso que se passa em nosso país: os alunos das
faculdades públicas são em sua maioria da classe média e média alta da
sociedade, enquanto os que recorrem ao ensino particular são em sua maioria
membros da classe média baixa. Não sei se isso acontece em outros países, mas
sei que aqui é uma realidade irrefutável aqui.
Os pobres não conseguem entrar para a faculdade
pública! Primeiramente porque grande parte dos cursos, se não são de horário
integral, tem horários que dificultam a possibilidade de conseguir um emprego,
algo do que pessoas pobres precisam para ter como comer e se vestir. Em segundo
o fato do ensino fundamental e médio da educação pública serem precários
dificulta tanto a entrada quanto a permanência de um jovem em um curso
superior, e se me permite dizer a "solução" que o governo deu para
esse problema, as cotas, é uma das maiores enganações, uma improvisação que
está se tornando permanente. Eu sou negro e tenho tanta capacidade para
aprender quanto qualquer outro jovem de 24 anos, o que eu não tive foi uma base
de ensino forte suficiente para passar em um vestibular sem um curso
preparatório, o qual não tenho tempo de fazer por precisar trabalhar.
Então, que tal ao invés de dar migalhas ao povo não
começarmos a realmente mudar as coisas? Não adianta querer imitar atitudes que
deram certo em países de primeiro mundo quando a educação do nosso país é de
terceiro. Liberar a maconha não vai resolver o problema do tráfico e liberar o
aborto não vai extinguir as clínicas clandestinas. Diminuir a menoridade penal
não vai resolver o problema da criminalidade infantil sem uma reformulação na
FEBEM, nos presídios, nas leis referentes ao cumprimento integral da pena e
registros e é claro na EDUCAÇÃO.
Eu estou postando esse texto para que outras pessoas
possam ter acesso a esse pensamento e quem sabe levar esta realidade aos nossos
governantes, e mais que isso, para que essa atenção com a educação possa ser
cobrada por cada cidadão, em prol de um mundo onde o "mim" não
conjugue verbo, os "porquês" sejam usados da forma correta, onde as
pessoas tenham mais livros que filmes piratas e mais preocupação com a
programação teatral da cidade que com os campeonatos de futebol. Pôs eu
acredito em um mundo onde as pessoas se vistam e saibam que os outros são mais
que parceiros sexuais em potencial, mas pessoas com sentimentos, sonhos e uma
história de vida. Um lugar onde as músicas tenham refrões que façam sentido e
danças que não denigram a imagem da mulher e nem a deixem aleijada futuramente.
Esse mundo pode começar agora, pode começar no
Brasil, basta que haja o devido investimento e reconhecimento na área que
realmente pode iniciá-la e no profissional que esta encarregado de levá-la, se
possível recebendo um salário digno sem precisar apanhar de policiais e com
segurança para não apanhar de jovens revoltados, espero que essas palavras
possam ser acolhidas e postas em prática, afinal elas são apenas a Minha
Humilde Opinião.
.
Ass: Bruno Santos
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