terça-feira, 5 de maio de 2015

Jovem Brasil

     O Brasil é um país jovem, e assim como qualquer jovem, ele se espelha em ícones, personagens em evidência que mostram um estilo de vida interessante e sedutor, estilo de vida que a grande maioria dos jovens não podem sustentar. Da mesma forma, o Brasil, se espelhando em países de primeiro mundo e busca soluções para seus problemas, mesmo sabendo que não possui estrutura monetária ou cultural para isso, o exemplo mais recente desta tentativa é a regulamentação da maioridade penal.
    Um país onde um pai de família fica preso durante vários anos por ter roubado comida enquanto um deputado que desviou milhões dos cofres públicos goza da liberdade com incontáveis regalias não pode se declarar um dos mais justos. Muito menos acreditar que jogar um jovem de dezesseis anos em uma das já superlotadas penitenciárias, junto com criminosos renomados, resolverá o problema da violência, dos roubos ou mesmo do tráfico por parte destes. O fato principal pelo qual isso não dará certo é que quem comete um crime nunca acha que vai ser preso, se eles achassem não cometeriam. Seja menor ou maior de idade, o que impulsiona o infrator é o sentimento da impunidade. Obviamente não podemos ignorar os fatores socioculturais que levam alguém a cometer um ato ilícito como fome, vícios, problemas psicológicos, etc. Mas convenhamos, se a punição fosse uma certeza, quem se arriscaria?
    Essa crença sobre a capacidade de reabilitação da cadeia já deveria ter sido revista a décadas, mas ao que parece, tem muita gente ganhando dinheiro com esse sistema para deixa-lo ser substituído por um que funcione. E ainda existe muito mais para ser ganho com a privatização das penitenciárias, que irá transformar detentos em mão de obra barata, sem carga horária, sem impostos e que dará aos empresários fama de bonzinhos que dão oportunidades de emprego para pessoas mal vistas pela sociedade. E nem vou citar o fato da grande maioria dos presidiários serem afrodescendentes pertencentes às camadas desfavorecidas economicamente. Colocar um jovem que roubou para sustentar seu vício na mesma cela que traficantes, assassinos e estupradores não tornará este jovem um cidadão mais consciente, pelo contrário, o tornará um adulto revoltado, que odeia o sistema, a polícia e qualquer tipo de autoridade.
     Se o objetivo final desse processo é educar os jovens para a cidadania, este ensino deve caminhar paralelamente a educação que este jovem recebe em seu dia-a-dia, e deve ser anterior ao surgimento de desvios ético/morais, deve ser tão natural quanto o "ABC" ou o "2+2=4". E isso não pode tirar das famílias a responsabilidade sobre a formação moral dos jovens, mas se faz necessário que o Estado forneça recursos, meios materiais de auxílio nesta difícil tarefa. E não me refiro a assistencialismo, mas aos nossos direitos básicos, a fornecer colégios de horário integral com formação profissional e preparo para vestibulares, transporte, moradia, saúde e saneamento básico. Este é o caminho que devemos tomar, "Menos cadeias, mais escolas", afinal, "Cadeia é um lugar muito caro para tornar as pessoas piores", mas essa é apenas a Minha Humilde Opinião."

Ass: Bruno Santos.

Fontes: Marcelo Freixo

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